sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Aquarela


Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo
e com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo.
corro o lápis em torno da mão e me dou uma luva,
e se faço chover, com dois riscos tenho um guarda-chuva.
Se um pinguinho de tinta cai num pedacinho azul do papel,
num instante imagino uma linda gaivota a voar no céu.
vai voando, contornando a imensa curva norte e sul,
vou com ela, viajando, havai, pequim ou istambul.
pinto um barco a vela branco, navegando, é tanto céu e mar num beijo azul.
Entre as nuvens vem surgindo um lindo avião rosa e grená.
tudo em volta colorindo, com suas luzes a piscar.
basta imaginar e ele está partindo, sereno, indo,
e se a gente quiser ele vai pousar.
Numa folha qualquer eu desenho um navio de partida
com alguns bons amigos bebendo de bem com a vida.
de uma américa a outra consigo passar num segundo,
giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo.
Um menino caminha e caminhando chega no muro
e ali logo em frente, a esperar pela gente, o futuro está.
e o futuro é uma astronave que tentamos pilotar,
não tem tempo nem piedade, nem tem hora de chegar.
sem pedir licença muda nossa vida, depois convida a rir ou chorar.
Nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que virá.
o fim dela ninguém sabe bem ao certo onde vai dar.
vamos todos numa linda passarela
de uma aquarela que um dia, enfim, descolorirá.
Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo (que descolorirá).
e com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo (que descolorirá).
giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo (que descolorirá).


Toquinho

Essa música do Toquinho, parece ser tão boba, infantil, mas, se reparar bem, a letra é de uma intensidade, genialidade que não tem tamanho. Dia desses eu estava atrasada me arrumando pra faculdade e estava tocando Aquarela. Para mim, ela exprime toda a idéia de futuro, e de que nem sempre coisas boas acontecerão, mas, que, com mt dedicação, podemos consertar, fazer um ''guarda chuva'', desenhar um sol pra iluminar nossa caminhada. Eu sei que as coisas não são simples assim, mas é um consolo para aqueles, que como eu, as vezes pensam que nada tem fim. A nossa vida, é o papel, e a aquarela, o trunfo que temos, para sair das situações descritas metaforicamente nos desenhos. Como diz um amigo meu do trabalho, ''calma, depois piora'', eu discordo. Dependendo do meu rabisco, só melhora.
Eu estou explícitamente mais tranquila. E isso me deixa muito bem para seguir.

Nenhum comentário:

Postar um comentário