sábado, 8 de junho de 2013

Escolhas de uma vida
A certa altura do filme Crimes e Pecados, o personagem interpretado por Woody
Allen diz: 'Nós somos a soma das nossas decisões'.
Essa frase acomodou-se na minha massa cinzenta e de lá nunca mais saiu.
Compartilho do ceticismo de Allen: a gente é o que a gente escolhe ser, o destino
5 - pouco tem a ver com isso.
Desde pequenos aprendemos que, ao fazer uma opção, estamos descartando outra,
e de opção em opção vamos tecendo essa teia que se convencionou chamar 'minha
vida'.
Não é tarefa fácil. No momento em que se escolhe ser médico, se está abrindo mão
10 - de ser piloto de avião. Ao optar pela vida de atriz, será quase impossível conciliar
com a arquitetura. No amor, a mesma coisa: namora-se um, outro, e mais outro,
num excitante vaivém de romances. Até que chega um momento em que é preciso
decidir entre passar o resto da vida sem compromisso formal com alguém, apenas
vivenciando amores e deixando-os ir embora quando se findam, ou casar, e através
15 - do casamento fundar uma microempresa, com direito a casa própria, orçamento
doméstico e responsabilidades.
As duas opções têm seus prós e contras: viver sem laços e viver com laços...
Escolha: beber até cair ou virar vegetariano e budista? Todas as alternativas são
válidas, mas há um preço a pagar por elas.
20 - Quem dera pudéssemos ser uma pessoa diferente a cada seis meses, ser casados de
segunda a sexta e solteiros nos finais de semana, ter filhos quando se está bem
disposto
e não tê-los quando se está cansado. Por isso é tão importante o
autoconhecimento. Por isso é necessário ler muito, ouvir os outros, estagiar em
várias tribos, prestar atenção ao que acontece em volta e não cultivar preconceitos.
25 - Nossas escolhas não podem ser apenas intuitivas, elas têm que refletir o que a
gente é. Lógico que se deve reavaliar decisões e trocar de caminho: Ninguém é o
mesmo para sempre.
Mas que essas mudanças de rota venham para acrescentar, e não para anular a
vivência do caminho anteriormente percorrido. A estrada é longa e o tempo é curto.
30 - Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para
arcar com as consequências destas ações.
Lembrem-se: suas escolhas têm 50% de chance de darem certo, mas também 50% de
chance de darem errado. A escolha é sua...!

BIAL, Pedro. Escolhas de uma vida. Disponível em:
'<'http://www.pensador.info/autor/Pedro_Bial'/>'. Acesso em: 24 maio 2010.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

As vezes a gente não entende os desencontros da vida.
As verdades nunca ditas, o bem querer escondido,
a carência colocada a prova o tempo todo.
Nunca me disseram que eu poderia ser perfeitamente feliz sozinha. Até que um dia resolvi ficar.
E deu certo. Essa visão social de que você só é você estando com outro é completamente irracional.
Ontem eu tive que dar um banho de vivência em um amigo, mesmo ele tendo a minha idade. Não o culpo.
Até eu me desvencilhar das amarras do ''felizes para sempre'' eu sofri pra caramba. Mas a tempo de viver o que estou vivendo agora.
Estou feliz comigo mesma. Estou estudando muito, trabalhando muito, me divertindo muito na medida do possível e me dedicando aos meus hobbies. Me sinto tão plena e com uma satisfação de não dever nada disso a ninguém.
O que não signifique que estou exaltando a solidão. Há momentos que ela bate. Mas eu sei lidar com ela, cara a cara. E ela não me amedronta, e muitas vezes eu que escolho se quero encará-la ou não. Fica a meu critério.
O melhor de estar sozinho é que você tem  oportunidade de ser e fazer o que quiser e o que não quiser também. Sem constrangimento ou culpa.
Aliás, culpa. Essa aí deixou de ser companhia. Culpa de que? Eu poderia criar aqui um artigo de 20 páginas sobre a minha total declaração de ausência de culpa. Mas sabem de uma coisa? Deixa isso pra lá...
Agora, que eu me amo por inteira e amo até minha própria companhia, acho que estou começando a me livrar das amarras de um passado que me manteve escravizada até agora.
Meu coração bate novamente. Meu corpo vibra junto. No mesmo ritmo, melodia e compasso.