domingo, 20 de novembro de 2011

Tanto pra lhe falar, mas com palavras não sei dizer.

É estranho mesmo. Todas as palavras do mundo seriam insuficientes pra expor o que sinto. Nem jargões, ditados, clichês chegam pelo menos perto da real situação.
O fato é que eu estou uma bagunça. Cabeça e coração. Mas já me acostumei a isso. Mas não consigo gerir a confusão dos outros. Sou uma só. Estou necessitada de mudanças. Mas daquelas violentas sabe? Que machuca, dói, mas arranca tudo de dentro de você, e não sobra mais nada. Será que existe encosto sentimental? Se existe, eu tenho alguns deles. Vou contar-lhes uma historinha. Essa pequena fábula será o início da minha transição. Vamos lá? Então beleza.

Once upon a time...
Uma garota. Alguns rapazes, uns namoradinhos. Nada sério. A garota tornou-se uma jovem, que crescia em graça, beleza e risos soltos. Tinha muitos amigos. Era feliz. Na maioridade, ganhou o que toda menina ansiava em seus sonhos mais pueris, independência... mesmo que torta, mas ganhou.
Então vieram os namoradinhos mais sérios, na verdade quatro. Quatro homens que mudaram sua maneira de ver e viver o mundo. Ela mudara para sempre.
Aos 19 anos conhecera Phil, um rapazote descolado que já havia balançado seu coração em outrora. Se reencontraram, se reapaixonaram. Mas o coração tem razões que a própria razão desconhece. A jovem se sentia encantada de forma diferente, era o primeiro protótipo de homem de conhecia, tudo era novo. Mas ele se tornou rude, estúpido, grosseiro com a princesa encastelada, não entendia e não aceitava a imposição de Família Real. Phil desapareceu de sua vida da mesma forma que entrou, deixando-a despeçada e humilhada perante tantas novidades. Foi o primeiro a quebrar seu coração e mostrar que o mundo podia ser ruim.
Pouco tempo depois, conheceu Will. Jovem envolvente, a diferença de idade de dez anos a fascinava. Resolveu arriscar. Ele era paranóico, possessivo, queria a princesinha só para si, era egoísta e achava que o mundo estava contra ele, inclusive sua amada. Nada que ela fizesse era o bastante. Então a pobre menina rompeu com pai, bruscamente com a mãe, pois queria viver o seu amor. Ela mal sabia o que estava por vir. Escândalos, agressões, ameaças e uma dura e triste verdade: seu príncipe era um sapo.
Então, traumatizada em ver como o ser humano podia ser cruel, a bela garota viu seu mundo ruir. Nada era o que pensava. O mundo colorido que sua família construiu para ela era uma farsa. A criaturinha que acreditava nas pessoas decepcionou-se com os outros. Então seu lado frio começa a emergir.
Tentando seguir novo rumo, encontrou fôlego e arriscou-se numa empreitada que parecia ser interessante. Novamente a ideia de ter um homem mais velho lhe passava a segurança necessária de viver novo romance. E foi isso que aconteceu. ''Amor tranquilo, com sabor de fruta mordida'' lhe trazia serenidade e a paz tão desejada. A seriedade de seu companheiro e a vontade de formar uma família fazia de Andrew ''o cara'' com quem sempre sonhou. O que é bom dura pouco. Ou não. Um cara introspectivo, depressivo, cheio de traumas familiares, tinha um lado paranóico diferente de Will, mas também era um. Prefere a compania de animais a de pessoas. Com ele, conheceu o mundo. Mas também a mais profunda solidão. Todo seu conhecimento é vão quando se trata de seres humanos. Vive numa bolha, que acredita ser perfeita. Não acha ninguém a altura de sua clausura. Mas gosta de cultivar amizades, mesmo que seja pra deixá-las de lado. Mesmo que seja pra dizer que tem amigos. Tem na governanta a única compania humana. Não necessariamente desinteressada.
Afundada no que chamava de karma, a pobre princesa foi criando novas táticas de guerra. Tornou-se calculista, seca, distante. Aprendeu a ferir. Will foi seu maior professor na arte de atacar.
Então surgiu George, um carinha que ela no início não levava a sério. Na verdade, ela não o levava a sério. Mas a vida que ele a mostrou era tão boa de ser vivida, que ela embarcou com tudo. Acreditava na integridade dele. Mas ele foi só um que conseguiu a façanha de se igualar no grau de cretinice de Phil. Frouxo, fraco e manipulado pela família e pela coleguinha piranha de infância. Um falso.


MORAL DA HISTÓRIA:
Você ainda não encontrou um homem muito filho da puta. Sempre vem um depois e te prova que é pior, esmaga todas as suas esperanças na sola do sapato.

Eu não confio mais nas pessoas, criei certa antipatia por homens (ñ sou lésbica, apenas tenho ódio mortal deles, embora sexo seja bom), e perdi a esperança no mundo. Não tenho mais a esperança de um dia me casar, ao menos num cartório do interior. Infelizmente os homens que entraram na minha vida só despertaram o meu pior lado. Não há nada de bom nisso.

Mas a vida segue... e agora sim, sem nenhum desses fantasmas na minha vida. Não a partir de hoje.

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